segunda-feira, 18 de junho de 2012

Jardinagem eterna: Evergreens

O novo trabalho de The Soaked Lamb é um disco de versões, mas acima de tudo, é preciso não esquecer, é uma máquina de memória. Há melodias que não mereciam o esquecimento, que, mais do que a morte, é a verdadeira morte, mais trágica e eterna. O resultado tem como nome Evergreens, que significa, sobretudo, perenidade. Escolhemos alguns temas que achamos exemplos de grandes criações, das mais belas que o homem é capaz, já que é de música que se trata. E além destes - que incluem golspel, country, jazz, blues, samba, canção mexicana - ainda acrescentámos versões de três músicas nossas, chegando a transformar um blues num tango. Existem pontes invisíveis, cordas que unem coisas que não parecem poder ser unidas. Para culminar, acrescentámos um original, a três tempos, e em português. Continuamos a tocar sentados, mas usamos mais línguas, usamos mais mundo. Estes são os 12 temas, todos gravados nos Estúdios da Índigo: A Flor e o Espinho, I Saw The Light, 4 Quartos, Midnight Special, Your Cheatin’ Heart, Blue Voodoo, La Llorona, Keep Your Lamp Trimmed and Burning, A Coffin For Two, Sixteen Tons, Tombstones Under Oak Trees e Hot Nuts. Para criar ainda mais eternidade à ideia de Evergreens, tivemos a colaboração de Rodrigo Leão, nos arranjos de cordas de A Flor e o Espinho -- o primeiro single do CD -- que trouxe com ele um trio de cordas composto por Viviena Tupikova (violino), Bruno Silva (viola) e Carlos Tony Gomes (violoncelo). O coro Musicarte acrescentou muitas vozes -- porque a música deve ser feita assim -- ao tema Midnight Special, enquanto o Jorge Fortunato, dos 49 Special, tocou steel guitar na nossa versão de Hot Nuts. Evergreens são 12 temas para ouvir a partir de 18 de Junho, que desejamos que sejam bem duradouros.

1 comentários:

Anónimo disse...

Vocês são bons! Descobri isso apenas ontem, através de um CD emprestado, naquela que foi a minha primeira audição dos The Soaked Lamb.
Por agora resta-me aguardar com ansiedade para vos poder “ouver” ao vivo em Lisboa, no dia 1 de Fevereiro, e vou-me entretendo a gastar o gel do CD que tenho comigo enquanto não passo numa discoteca para comprar um exemplar.
1 Bem haja para vocês com votos de perenidade para o vosso projecto.
C.N.

5 de janeiro de 2013 às 10:40